Este site tem por objectivo informar e ajudar todos os amantes e criadores de Canários, espero que gostem e disfrutem.
O necessário para criar canários
Para iniciar uma pequena criação de canários, geralmente pode-se adaptar algum espaço já existente na casa. De preferência, o espaço deve ser provido de janelas voltadas para o sol nascente, protegidas por uma tela de malha fina para evitar a entrada de insectos. Deve-se observar a posição das janelas, de modo a evitar corrente directa de ar sobre as gaiolas. Entretanto, é necessário que haja circulação de ar, o que pode ser solucionado com pequenas aberturas junto ao forro, que facilitarão a saída de ar quente.
Gaiolas
As gaiolas indicadas para a criação de canários são as de arame galvanizado com grade divisória removível e suportes externos para bebedouros e comedouros.
Existem no mercado diversos tipos de gaiolas e excelentes fabricantes. Antes de adquiri-las é recomendável fazer uma pesquisa cuidadosa para eleger o modelo mais conveniente, o melhor acabamento e preço, sendo interessante ouvir a opinião de criadores experientes. Feita a escolha, deve-se adquirir gaiolas iguais e do mesmo fabricante, para padronizar o equipamento e facilitar o manuseio. É recomendável que se adquira uma grade sobressalente para cada gaiola, o que facilitará a limpeza. O fundo da gaiola, conhecido como bandeja, deve ser forrado com papel absorvente (como folhas de jornal). Sempre que houver acumular de dejectos deve-se trocar o papel (dias alternados). Pelo menos duas vezes por semana as grades devem ser trocadas por outras limpas. As grades retiradas devem ser imersas em água por algumas horas, depois cuidadosamente esfregadas e imersas novamente por algumas horas em solução desinfectante.
Os poleiros também precisam de cuidados especiais. Devem ser mantidos limpos e, se possível, trocados a cada duas semanas.
Acessórios e Utensílios
A variedade de acessórios para gaiolas encontrada no mercado é grande. Porém, deve-se evitar sobrecarregar as gaiolas com equipamentos supérfluos, que acabam dificultando a manutenção e a higiene.
Os acessórios mais indicados são os comedouros e bebedouros em forma de concha ou meia-lua, recipientes que devem ser mantidos limpos para evitar a formação de limo (algas) e o acumular de pó.
Além da limpeza diária dos bebedouros com pincel, escova ou esponja, pelo menos uma vez por semana eles devem ser mergulhados por algumas horas em solução de cloro e depois enxaguados em água corrente. Os comedouros destinados às sementes devem ser constantemente esvaziados para evitar o acumular de pó e podem ser trocados para lavagem em espaços de tempo maiores.
Para ministrar alimentos húmidos como papas, usa-se vasilhas de louça, vidro ou plástico, que devem ser substituídos diariamente e tratados com o mesmo rigor higiénico.
Os canários precisam tomar banhos frequentes e para isso pode-se adquirir banheiras plásticas de tamanho grande, mas que permitam a sua passagem pela porta da gaiola. Existem no mercado banheiras plásticas externas que podem ser adaptadas à porta da gaiola.
Durante a época de criação deve-se fornecer aos casais ninhos adequados, sendo muito usados os de plástico que são duráveis e higiénicos. Os ninhos devem receber forros de flanela, corda ou feltro, comodamente encontrados em lojas especializadas.
É importante trocar os ninhos quando os filhotes são anilhados e sempre usar ninhos limpos a cada nova ninhada, o ninho e o forro deve ser da mesma cor pois a canária pode abandonar os filhotes. Depois que os filhotes abrem os olhos não é recomendável manusear os ninhos, para evitar que eles abandonem o ninho precocemente, causando sérios inconvenientes.
Acasalamento
Considerando-se a variação natural da luz solar, anualmente ocorre um aumento gradual e contínuo do tempo de duração da luminosidade, a partir de 21 de Fevereiro, alcançando o máximo em 21 de Agosto. Esse período influencia o ciclo reprodutivo dos canários. Os machos e as fêmeas devem ser colocados nas gaiolas de cria, separados pela grade divisória, para um período de adaptação. Deve-se fornecer às fêmeas o ninho e estopa (desfiada ou em pedaços de 5cm X 5cm presos na gaiola). Quando os pássaros começarem a trocar comida através da grade e a fêmea confeccionar o ninho, a grade é removida.
Postura
A postura do primeiro ovo ocorre entre seis e oito dias depois da primeira cópula. Geralmente a canária põe 3 ou 4 ovos, em dias seguidos. Em alguns casos ocorre um intervalo de um dia entre um ovo e outro.
Nas primeiras horas da manhã (entre 5 e 7 horas) a canária realiza a postura e é galada pelo macho, o que assegura a fecundação dos ovos posteriores. Por isso, não é conveniente entrar no criadouro muito cedo.
Todas as manhãs, depois das 7 horas, os ovos recém-postos devem ser retirados e substituídos por ovos de plástico. Os ovos recolhidos devem ser colocados em recipientes com areia, algodão ou semente esférica (sementes pontiagudas como o alpiste podem perfurar a casca). e mantidos em temperatura ambiente.
Após a postura do último ovo, que normalmente é de cor mais escura, os ovos devem voltar ao ninho. Esse e considerado o primeiro dia da incubação. Com esse procedimento, os filhotes nascerão no mesmo dia e terão a mesma oportunidade de desenvolvimento.
Incubação
Normalmente a incubação dura 13 dias. Nesse período o ambiente deve ser tranquilo e a manipulação da gaiola deve ser rápida, para não incomodar a canária.
Durante a incubação os ovos perdem água através da casca, que é porosa para permitir a troca de gases necessários para o desenvolvimento do embrião. Nesse processo de "respiração" o vapor expelido deve ser reposto. Por isso, a humidade relativa do ar deve ser mais elevada. As canárias naturalmente molham suas penas, sendo conveniente colocar banheiras na gaiola, principalmente nos 4 últimos dias da incubação. Se a fêmea não se banha, pode-se pulverizar a gaiola ou colocar esponjas húmidas no fundo da gaiola, debaixo do ninho.
O diagnóstico da fertilidade dos ovos e feito a partir do 8º dia, examinando-os através de um foco de luz. Para isso é usado um aparelho, o ovoscópio, que consiste numa caixa com uma lâmpada dentro e um pequeno orifício onde o ovo é colocado. Nos ovos não fecundados é possível distinguir a clara da gema; já nos ovos fecundados isso não é possível. Com a prática pode-se distinguir os ovos "claros" dos fecundados, que adquirem uma coloração mais intensa e fosca. Os ovos abortados são perigosos para os ovos normais. Por isso, a ovoscópia é importante.
Nascimento
Na maioria dos casos o nascimento é exactamente no 13º dia de incubação. Entretanto, se o nascimento não ocorrer dentro do previsto, deve-se ter paciência e aguardar. Várias circunstâncias podem causar o atraso. Há fêmeas que não chocam e saem do ninho com frequência. A falta de humidade também pode influir. Não abra ou jogue fora um ovo até pelo menos o 15º dia de choco e, mesmo assim, faça mais um teste de vitalidade. Para isso coloca-se o ovo num recipiente com água morna e aguarda-se alguns segundos. Se o embrião estiver vivo, o ovo flutuará com a ponta para baixo, uma vez que a câmara de ar ocupa o pólo mais largo, e balança ligeiramente. Os ovos abortados flutuarão de lado ou afundarão.
Anilhamento
O sistema mais prático e seguro para identificar as aves é o anilhamento. As anilhas são pequenos anéis invioláveis de alumínio que são colocados nas pernas dos filhotes entre o 6º e o 8º dia de vida, levando-se em conta o seu desenvolvimento. Na anilha estão gravadas as siglas da Federação que a emitiu, o ano do nascimento do pássaro, o número de ordem e o número do criador (STAM). Essa anilha é a identidade do pássaro, pois não sairá mais da sua perna.
Os pássaros precisam da anilha para participar de Exposições e Concursos Oficiais. A colocação é um processo delicado e às vezes difícil. Para anilhar, toma-se o filhote com a mão esquerda e a anilha com a mão direita. Passa-se a anilha pelos três dedos anteriores, deslocando-a pelo dedo posterior, que deve estar no mesmo sentido da perna. Em seguida, libera-se o dedo posterior. Essa operação pode ser facilitada com o uso de vaselina ou outro lubrificante neutro.
Separação dos Filhotes
As ninhadas bem nutridas deixam o ninho entre 15 e 18 dias. Porém, a permanência no ninho até 20 dias é normal. Poucos dias depois, os filhotes começam a bicar os alimentos, principalmente a papa, frutas e verduras. Com um mês já quebram sementes, e podem ser separados dos pais. Uma regra prática interessante é não separar os filhotes enquanto eles apresentarem penugem na cabeça.
Normalmente, por volta do 25º dia, a fêmea inicia outro ciclo e começa a se preparar para uma nova postura. Nesse período, os pais podem depenar os filhotes, em busca de material para o novo ninho. Isso é evitado separando-se os filhotes dos pais com a grade divisória e oferecendo ao casal material para o ninho. Os pais alimentam os filhotes pela grade, por isso devem ser colocados poleiros baixos e próximos à grade divisória dos dois lados.
Alimentação dos Filhotes
Deve-se oferecer aos pais alimentação farta e variada. As papas devem ser ministradas várias vezes ao dia, em quantidades pequenas. Podem-se usar verduras sempre frescas e bem lavadas, bem como maçã e pepino.
A variedade de sementes é importante. Além da alpista, a aveia sem casca (principalmente na primeira semana) e o Níger devem ser oferecidos em comedouros separados.
Se os pais não alimentam correctamente seus filhotes a retirada do macho da gaiola é recomendada. Outro recurso é retirar o ninho com os filhotes por alguns momentos. Assim, a fêmea se alimenta e acaba alimentando os filhotes quando volta ao ninho. Caso falhem todas as manobras para fazer com a que a fêmea trate dos filhotes pode-se distribuir os mesmos entre as outras fêmeas que tratam bem.
Alguns criadores costumam alimentar os filhotes no bico, com alimentos pastosos. Esse procedimento não deve ser usado o tempo todo, mas nos dois ou três primeiros dias de vida é muito importante, pois permite ao criador ministrar vitaminas e medicamentos no tratamento de colibacilo se (patologia responsável pela maioria das mortes dos filhotes no ninho). Esse procedimento auxilia no desenvolvimento inicial, mantendo os filhotes em condições de pedir alimentação às mães.
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